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A influência da Cultura Hallyu nos papéis de gênero dentro e fora da Coréia do Sul

Atualizado: 13 de nov.

Por Isabelle Godoy Teles dos Santos¹

Desenvolvido com orientação do Prof. Dr. Paulo Rogério Melo de Oliveira²


RESUMO

A Coréia do Sul é um exemplo da exportação da cultura soft power, através da denominada cultura hallyu, que engloba diversos aspectos de sua sociedade. A sociedade sul-coreana, assim como grande parte da Ásia, apresenta características de dominância masculina, o que leva a atitudes machistas e sexistas. Os papéis de gênero são rígidos e normatizados, atingindo seu auge quando se trata do avanço das mulheres no mercado de trabalho. O K-pop, através de sua indústria, contribui para a promoção e perpetuação desses estereótipos e papéis de gênero. Com base em tais pressupostos, o presente artigo objetiva explorar as conexões entre a inserção global da cultura sul-coreana e a maneira como ela reflete papéis de gênero a partir de seus produtos e serviços. A metodologia adotada para o estudo tem abordagem quantitativa e qualitativa, de caráter exploratório, subsidiada por técnicas de pesquisa bibliográficas e documentais. A pesquisa revela que a cultura hallyu reforça os papéis de gênero na sociedade sul-coreana através da mídia e das indústrias de entretenimento, que optam por preservar o status quo em vez de desafiá-lo.


INTRODUÇÃO

As Relações Internacionais sempre priorizaram as teorias realistas, onde o Estado é o principal ator e aspectos como gênero, cultura, infância e migrações foram inexplorados por décadas. Isso começou a mudar em meados dos anos 1980, com o avanço de movimentos sociais e a proliferação de suas ideias, o que fez com que as teorias tradicionais começassem a ser questionadas e novas teorias que abrangesse essas áreas a serem criadas. 

Com as mudanças do Sistema Internacional, desde o fim da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, houve um aumento no compartilhamento de informações, proporcionado pela globalização, e um total desmantelamento de instituições e valores. O novo cenário internacional proporcionou a criação das teorias pós-positivistas em meados da década de 80, que trouxe os debates feministas e as questões de gênero para as Relações Internacionais (Souza, 2014). Junto disso, a teoria construtivista, no final de 1980, contribuiu para a análise de questões culturais, pois essa corrente teórica não exclui totalmente o Estado, ao mesmo tempo que também inclui outros atores relevantes (Gentil, 2017).

Nesse contexto, os Estados começaram a priorizar a exportação de seu país, definido a partir de dois conceitos, o hard power (recursos econômicos e militares) e o soft power (diplomacia, cooptação e influência cultural). A Coréia do Sul, objetivando melhorar sua imagem externa, geralmente associada à Coréia do Norte, começou a investir fortemente na propaganda de sua cultura internacionalmente (Gentil, 2017). Hoje em dia, a cultura hallyu (como é denominada a cultura sul-coreana) é um dos maiores contribuintes econômicos do país, chegando a uma renda de U$ 7,4 bilhões no ano de 2018 (Romildo, 2019). 

Atualmente, diversos aspectos culturais da Coréia do Sul estão espalhados entre os consumidores de produtos e serviços do país. Sua influência é tão forte que diversos fãs da música coreana, o K-pop, consideram agir e vestir-se como os ídolos coreanos, encarnando papéis e maneirismos que observam através de dramas e vídeos musicais. Alguns até mesmo consideram realizar mudanças estéticas, como cirurgias plásticas, para possuir uma certa semelhança aos coreanos (Francisco, 2017). Esse “poder” que a cultura hallyu exerce em quem a consome é facilmente observado na forma que a indústria acaba reforçando papéis de gênero de sua sociedade em seus idols, nos vídeos musicais, apresentações e em filmes e K-dramas, o que contribui com a manutenção e disseminação de estereótipos.

Nesse sentido, questiona-se: “A exportação da cultura sul-coreana contribui para a manutenção dos papéis de gênero e reforça estereótipos de gênero no Ocidente?”

Mediante tal questionamento, o objetivo geral da presente pesquisa é explorar as conexões entre a inserção global da cultura sul-coreana e a maneira como ela reflete papéis de gênero a partir de seus produtos e serviços. Para tanto, os objetivos específicos propõem: I - Contextualizar a inserção da cultura sul-coreana no exterior e a sua recepção; II - Compreender como os produtos e serviços sul-coreanos refletem e reforçam papéis de gênero; III - Investigar a influência da cultura hallyu nas concepções de gênero no Ocidente. 

A pesquisa combinou dados quantitativos e qualitativos, utilizando documentos governamentais e relatórios oficiais do governo sul-coreano como fontes primárias, e artigos científicos e outros materiais relevantes como fontes secundárias. Os procedimentos de coleta de dados incluem pesquisa bibliográfica, através de uma revisão da literatura relevante, e pesquisa documental, analisando materiais pertinentes ao tema.


A INSERÇÃO DA CULTURA HALLYU E SUA RECEPÇÃO NO MUNDO

A República da Coréia do Sul é conhecida como o país da tecnologia e dos imensos conglomerados e indústrias de entretenimento, confirmando seu título de membro dos Tigres Asiáticos. Após a divisão da península e a sua independência, os sul-coreanos começaram a trabalhar em formas de desvencilhar sua imagem dependente de sua irmã, a Coréia do Norte. A partir disso, começaram a exportar sua cultura mundo afora, primeiramente entre seus vizinhos asiáticos, mais explicitamente para a China (Gentil, 2017). 

Denominada cultura hallyu, os produtos e serviços sul-coreanos foram ganhando fama e popularidade entre os países asiáticos através de suas minisséries (ou novelas), chamadas de Korean dramas, abreviadamente K-dramas ou ainda doramas. O sucesso foi tão grande que se estima que pelo menos 150 milhões de chineses assistiram o K-drama “What is Love About?”, despertando seu interesse em atores e cantores coreanos (Carvalho, 2019). Já em meados dos anos 1990 e começo dos anos 2000, outro produto de grande importância para a cultura sul-coreana começou a se espalhar, o Korean pop (ou K-pop), graças ao surgimento das músicas em MP3 e da internet, onde sites que permitiram o download ilegal dessas músicas foram sendo criados (Ribeiro; Silva; Ximenes; Covaleski, 2017). De acordo com esses autores, o surgimento do YouTube como plataforma principal da divulgação dessas músicas e do interesse do país em inseri-las no mercado externo para impedir uma estagnação interna, foi de grande ajuda para a popularização desse estilo musical. 

Com o surgimento de novas tecnologias, notadamente os smartphones e as redes sociais, houve um impulsionamento ainda maior da exportação do K-pop, onde a presença de grandes empresas de entretenimento foram cruciais para esse momento da expansão da Korean Wave ou Onda Coreana mundo afora; junto do K-pop, jogos de videogames entraram no mercado, disputando um espaço com filmes e músicas (Carvalho, 2019).

Para Carvalho (2019, p.24), a expansão da cultura hallyu está dividida em quatro momentos, que ela exemplifica através da Hallyu 1.0 (K-dramas e programas de TV), Hallyu 2.0 (K-pop e videogames), Hallyu 3.0 (cosméticos, saúde, korean lifestyle, softwares) e Hallyu 4.0 (onipresença da cultura sul-coreana). A Hallyu 3.0 se destaca nas marcas e em suas estratégias de divulgação, utilizando-se de K-dramas e idols de K-pop, além de atores e atrizes que são convidados a serem embaixadores das marcas; já a Hallyu 4.0 funciona através das parcerias entre outros países e instituições internacionais, permitido por conta das relações internacionais estáveis entre seus aliados, advindos da diplomacia cultural exercida pela Coréia do Sul (Carvalho, 2019).

Essa inserção da cultura sul-coreana nos países asiáticos e no mundo foi possível através das políticas voltadas a sua divulgação, onde diversas instituições e órgãos públicos priorizaram sua disseminação. O Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul (MOFA) deixou claro que os objetivos do país em relação a sua diplomacia vão além do que se é esperado deles e buscam atingir o público estrangeiro através da arte, mídia, difusão de conhecimento, língua e ajuda financeira (Gentil, 2017). Os governantes sul-coreanos pensavam a difusão de sua cultura como uma forma de aumentar seu desenvolvimento nacional. Ademais, outro importante meio de divulgação e compartilhamento da cultura hallyu foi criado, adjacente ao Ministério da Cultura, Esportes e Turismo (MCST), o The Korean Culture and Information Service (KOCIS), que atualmente tem o objetivo de estabelecer uma comunicação que promova a Coréia do Sul no estrangeiro, atuando em 25 países no mundo, por meio de centros culturais e a propagação de filmes, musicais, apresentações e exibições de arte; no Brasil, esse centro cultural fica localizado em São Paulo (Gentil, 2017). 

Ainda segundo Gentil (2017), outra fundação sob direção do Ministério da Cultura, Esportes e Turismo (MCST) tem objetivos centrais relacionados ao conhecimento e expansão da indústria coreana, o chamado Korean Foundation for International Culture Exchange (KOFICE), que é conhecido por “seu trabalho em três missões, sendo elas sediar eventos de intercâmbio cultural mútuo”, “estabelecer uma fundação para intercâmbios culturais” e “realizar pesquisas e estudos sobre indústrias culturais globais” (Gentil, 2017, p. 9). 

Pode-se, então, observar que o governo da Coréia do Sul não poupou e não poupa esforços para estabelecer parcerias e divulgar sua cultura por meio de produtos, sendo estes de entretenimento ou comercial. A cultura hallyu é de grande importância econômica para os sul-coreanos, além de sua grande importância nacional, que possibilita seu desenvolvimento interno e externo. Sua disseminação no mundo está em seu auge nos últimos anos, promovidos principalmente pelos grupos de K-pop e sua recente participação em eventos musicais do Ocidente, o que faz com que os ocidentais tenham vontade de conhecer os grupos e seus integrantes. 

Um exemplo disso é a aparição do boy group (grupo masculino) de maior sucesso na Coréia, o BTS, que ganhou o prêmio Top Social Artist no Billboard Music Awards, um dos eventos mais famosos dos Estados Unidos da América, conforme diz o site UOL. Outro fato importante e de grande reconhecimento do grupo, foi sua aparição na 73º Assembleia da ONU, em 2018, em uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), onde o líder do grupo fez um discurso sobre “a aceitação entre os jovens, no amor por si mesmos e no incentivo da própria voz em decisões pessoais”, de acordo com o site Vagalume.

A recepção da Korean Wave no mundo foi gradual e ainda apresenta uma minoria se comparada aos países asiáticos, porém em vários continentes o sucesso dos grupos de K-pop e dos K-dramas superam as expectativas. De acordo com Santana e Santos (2018, p. 37) “os fãs da hallyu já ultrapassaram o quantitativo de 35 milhões em 86 países, sendo a Ásia e a Oceania detentoras do maior número de fãs, com 26,20 milhões, seguida pela América com 7,58 milhões, Europa com 1.630.000 e África e o Oriente Médio com uma média de 170.000 seguidores.”

Na América Latina, a influência da cultura sul-coreana se dá através dos esforços conjuntos de órgãos e fundações como o KOCIS e KOFICE em atrair, principalmente, jovens através de shows e eventos culturais; no Brasil, a popularidade da hallyu se dá também através das mídias digitais, onde as redes sociais são os principais elementos de conhecimento sobre os artistas coreanos (Santana; Santos, 2018). Em 2019, o grupo de K-pop BTS apresentou-se em São Paulo, em um show de dois dias que trouxe mais de 84 mil fãs para a arena do Allianz Parque e um rendimento de U$ 7,872,113, como mostrado por Touring Data, no Twitter. Não só isso, em outros países da América do Sul, como Chile e Argentina, eventos do tipo foram realizados, trazendo uma nova consciência para o alcance do fenômeno hallyu.

Na América do Norte, o sucesso da cultura sul-coreana é, se não, até maior. Eventos grandiosos que convidam artistas e realizam shows de grupos de K-pop são famosos e reúnem quantidades enormes de fãs, como a KCON, festival anual de fãs de K-pop que ocorre nos Estados Unidos da América (e em vários outros países), em 2019 foi realizada em Los Angeles e em New York, juntando mais de 150 mil pessoas em quase uma semana de shows e apresentações, além da própria convenção (Ericka, 2019). Além desses eventos, lojas e produtos sul-coreanos têm uma popularidade gigante nos Estados Unidos da América, onde estabelecimentos famosos, como LINE Friends, segundo o site PR Newswire, são comuns e atraem consumidores de todas as partes do país. Partindo para a Europa e Oriente Médio, os shows e eventos mostram a mesma popularidade e adoração entre os fãs e até mesmo não-fãs. 

Entende-se que a cultura hallyu está cada vez mais ativa internacionalmente, graças ao sucesso de seus produtos e serviços, como também pela sua grande divulgação e propaganda e parcerias governamentais e institucionais, além das parcerias privadas, como a parceria com a Netflix e a produção de K-dramas (Mesquita, 2019). Os esforços do governo sul-coreano são nítidos e as influências das mídias também contribuem enormemente para isso, e a recepção ocidental foi gradualmente sendo acolhedora, onde eventos e shows fizeram seu papel. Atualmente, o fenômeno hallyu atinge inúmeras pessoas ao redor do mundo e sua popularidade só aumenta e com ela um conhecimento mais profundo da cultura coreana, chegando aos seus problemas sociais e em especial de gênero, que será tratado no próximo tópico. 


COMO OS PRODUTOS E SERVIÇOS DA CULTURA HALLYU REFLETEM E REFORÇAM OS PAPÉIS DE GÊNERO E SEUS ESTEREÓTIPOS: OS GRUPOS DE K-POP

Desde o surgimento do grupo de K-pop Seo Taiji and The Boys, em 1992, uma nova forma de utilizar a música coreana e os estilos de hip-hop e rap começaram a tomar forma e, juntamente, suas roupas e acessórios, até mesmo aparência, foram tornando-se moda entre os jovens (Carvalho, 2019). Após isso, inúmeras agências de entretenimento entraram no mercado, lançando grupos, masculinos e femininos, de enorme sucesso e popularidade, como Big Bang e Girls Generation, para citar alguns.

As roupas, acessórios, produtos, cabelo, maquiagem, altura, peso e características faciais começaram a ser cobiçadas pelos jovens, alguns indo ao extremo de cirurgias plásticas, tanto dentro da Coréia do Sul, como fora. Isso se deu através da enorme popularidade desses grupos, como também dos programas de TV e os chamados K-dramas (ou doramas), que são comparáveis a séries ou novelas no Brasil, e em como estes afirmam e atualizam os jovens sobre o que está na moda no momento, ou mais precisamente, no que eles deveriam se espelhar. Ou seja, criaram-se estereótipos de como os idols, fãs e consumidores desses serviços deveriam agir ou vestir.

Diferentemente dos artistas ocidentais, onde para alcançar a fama se é necessário ser descoberto, utilizando-se de vários meios para isso, os idols de K-pop têm sua carreira planejada desde o começo. As grandes empresas de entretenimento lançam uma ideia de grupo ou cantor, recrutam jovens através de audições e os treinam, por vezes meses ou anos, antes desses “debutarem”, ou seja, serem lançados no mercado, com músicas (na maioria das vezes, os próprios artistas não participam da produção), coreografias, apresentações e formas de divulgação já prontas. Os idols do K-pop são como produtos que passam por vários processos até chegarem nas prateleiras.

Esse boom cultural do K-pop espelhou-se nos investimentos pesados das indústrias de entretenimento em vender seus produtos e serviços, como também em criar uma certa “imagem” aos grupos. A sociedade sul-coreana, como a maior parte da Ásia, possui traços de dominância masculina, o que acaba levando a atitudes machistas e sexistas. Os papéis de gênero são estritos e condicionados, sendo postos como norma e chegando ao auge quando se trata do avanço das mulheres coreanas no mercado de trabalho. Segundo os autores Ribeiro, Silva, Ximenes e Covaleski (2017, p. 6): 

As cidadãs sul-coreanas são fortemente julgadas por vários aspectos, conhecimento e beleza são colocados no mesmo patamar no momento em que elas são obrigadas a colocar foto, altura e peso em seus currículos trabalhistas.

Por conta disso, os grupos de K-pop são conhecidos por suas facetas, estas podendo ser sexy ou cute, onde a diferença de tratamento entre grupos femininos e masculinos geralmente se encontram na opinião pública (Ribeiro; Silva; Ximenes; Covaleski, 2017)

Os papéis de gênero da sociedade sul-coreana são refletidos nas telas e rádios, e segundo os autores Lin e Rudolf (2017, p.30) os grupos masculinos (boy groups) exibem conceitos “sexy”, “powerful” e “agressive”, retratando o que é visto como normal para os homens; já as mulheres e igualmente os grupos femininos (girl groups), são vistos através de conceitos como “cute”, “pure” e “weak”. Esses estereótipos acabam sendo reforçados pela mídia e pelos próprios integrantes, mesmo que intencionalmente, levando aos consumidores e fãs internalizarem esses papéis em sua vida cotidiana, acreditando plenamente que muitas atitudes são normais e aceitáveis.

Ao mesmo tempo que isso ocorre, a objetificação e sexualização dos corpos de idols, tanto masculinos e femininos, cria um padrão de beleza a ser seguido por todos, muitas vezes praticamente impossível. Os idols masculinos são frequentemente obrigados a cultivar um corpo musculoso que possa ser mostrado ao público, como o famoso “tanquinho”. Para os grupos femininos, a preocupação de uma gordura corporal baixa e pernas longas parece ser o estandarte, além de uma aparência facial delicada e feminina. Não se deve negar que os dois grupos sofrem com esses estereótipos, porém como citam Lin e Rudolf (2017, p. 32):

However, as Epstein and Joo (2012) argue, in Korea’s patriarchal structure, a muscular body featuring bulging pectorals and six-pack abs (which, in a sense, represents a typical stereotype of masculinity) represents an additional empowerment to men. In contrast, having an attractive appearance, particularly a pair of long, slender legs, seems to be a “must” for women, as “even extremely attractive ones, find that not meeting extraordinarily exacting standards exposes them to public censure”.

Apesar dessa clara separação entre o que se é esperado de boy groups e girl groups, a indústria do K-pop continua a sexualizar os corpos de integrantes, sendo que os grupos femininos são os mais afetados. Mesmo com uma visão pouco positiva de conceitos sexy em grupos femininos na Coréia (por conta de sua sociedade conservadora), as empresas ainda tentam reforçar ideias mais sexuais, mesmo contra a vontade dos grupos e do público. Isso se dá muitas vezes nas “maquiagens mais sensuais, como batons vermelhos e olhos mais escuros, roupas mais reveladoras e que dão destaque ao formato de seus corpos, além de coreografias com passos mais sensuais, com mais movimentos com quadris e cinturas” (Ribeiro; Silva; Ximenes; Covaleski, 2017, P. 4). São propositais e tem a intenção de chamar a atenção da audiência, pois aparentemente, mesmo com todas as críticas, vídeos e apresentações desse conteúdo atraem uma maior atenção entre os fãs e consumidores.

Por mais que grupos masculinos e femininos utilizem o mesmo conceito, geralmente existe uma diferença de tratamento entre boy groups e girl groups quando esse último resolve agir e criar conteúdo com um teor sexy. Essa diferença é extremamente evidente quando se compara músicas e apresentações de grupos masculinos e femininos. Quando idols masculinos se apresentam em roupas mais reveladores e que mostram seu corpo, a mídia e os fãs tratam como algo inovador, sedutor e normal; porém, quando são idols femininas que usam roupas reveladoras ou mostram um lado mais “adulto” em suas músicas e apresentações, a opinião pública é diferente, onde essas são vistas como vulgares, sem talento e apeladoras (Ribeiro; Silva; Ximenes; Covaleski, 2017). 

Existe uma ideia de que mulheres não tem o direito de serem sexys ou donas de seu próprio corpo e que quando o fazem é somente para agradar os olhos masculinos. Idols femininas como Hwasa, do grupo Mamamoo, que apresenta uma forma de vestir e agir diferente do esperado de uma integrante tradicional de um grupo de K-pop, foi vítima e ainda é alvo de diversos ataques da mídia e de próprios fãs de K-pop, simplesmente porque usa roupas consideradas “impróprias” ou porque o conteúdo de suas músicas tem menções mais provocativas, como diz o site espanhol La República. Outra idol famosa na Coréia do Sul, a Hyuna, também tem uma reputação negativa por conta de suas músicas com altas referências sexuais, além de suas apresentações polêmicas que desafiam ideias habituais. 

Infelizmente, o machismo enraizado na sociedade coreana vai muito além, onde até mesmo girl groups com conceitos cute são criticadas. Há uma distinção nessa recepção, onde tudo que as mulheres fazem são motivos para serem condenadas. Dentro da Coréia do Sul e no K-pop, a figura do homem ainda é considerada e vista como de dominador, ou seja, ele detém um poder maior em todos os setores dessa sociedade; quando são boy groups que tendem a um lado mais sexy ou cute, os comentários negativos e as censuras são muito menores, chegando ao absurdo de em programas de televisão censurarem somente os clipes e danças femininas, enquanto os masculinos são permitidos (Ribeiro; Silva; Ximenes; Covaleski, 2017). 

O conceito cute, geralmente adotado por grupos femininos, também é alvo de papéis de gênero impostos, onde as integrantes são obrigadas a agirem de forma infantil e fofa e a ideia de “pureza” é extremamente utilizada pelas indústrias como uma arma de popularidade. Esse tipo de comportamento é muito comum com o que Lin e Rudolf (2017, p. 33, tradução nossa) descrevem como “uma forma de encorajar mulheres a transformarem-se em bonecas, em termos de aparência, comportamento e papéis sociais esperados, e criar uma feminilidade que não ameace a atual estrutura patriarcal-social do neoconfucionismo”. Ou seja, qualquer que sejam as atitudes dessas mulheres, será esperado uma revolta do público, acostumado com seus papéis estabelecidos, onde a mulher é submissa ao homem em todos os aspectos.

Isso acaba influenciando em comportamentos onde as mulheres são vistas meramente como mercadorias, sem personalidade nenhuma e sua aparência é a base da venda do seu grupo (como muitas vezes acontece com integrantes de grupos de K-pop), onde seu talento não vale quase nada comparado com o seu visual, repercutindo de maneira machista que a única coisa que importa em uma mulher é sua “beleza”. Os padrões sociais e de gênero prescritos para as mulheres coreanas através de girl groups são impossíveis e acabam criando uma ilusão de que todas as mulheres e meninas são/devem ser desse modo, abrindo espaços para problemas de autoestima e de saúde mental, evidenciado pelos altos índices de suicídios na Coréia do Sul, que atingem não só os fãs, mas também os próprios idols, que não conseguem aguentar tamanha pressão social (Engler, 2018).

Pode-se entender, então, que apesar de sua enorme popularidade e lucro, o K-pop, por meio de sua indústria, ajuda a promover e criar estereótipos e papéis de gênero cultivados na sociedade sul-coreana, prejudicando não somente quem está dentro da profissão, mas também quem consome seus produtos e até mesmo quem não se interessa pelos seus serviços. De acordo com Lin e Rudolf (2017, p.49), em sua pesquisa:

It seems evident that there is a connection between gender stereotypes in the media and traditional gender attitudes. Thus, it is reasonable to suspect that the prevalence of sexual objectification and sexist portrayals in K-pop are reinforcing Korea’s “unfailing” patriarchal culture and are, therefore, obstructing the goal of gender equality.

É um efeito boomerang, em que a desigualdade de gênero do país sul-coreano reflete-se na cultura hallyu e em seus produtos, especialmente no K-pop, onde os grupos acabam internalizando essas atitudes e estas são reproduzidas de volta para o público, contribuindo para a manutenção de uma sociedade patriarcal e dificultando o caminho para uma Coréia do Sul mais igualitária. Essas concepções contribuem para uma cultura misógina, em que a violência e abuso contra a mulher são banalizados. Além disso, propicia a disseminação de ideias xenofóbicas e sexistas para o Ocidente, onde estes criam rótulos para os sul-coreanos, acreditando que as ações de idols e artistas são a norma para toda uma população, algo que será discutido no último tópico deste artigo. 

A despeito disso, não se pode negar os atuais esforços dos próprios idols de K-pop e de algumas empresas na construção de uma indústria menos tóxica e mais aberta, onde girl groups, boy groups e artistas solo começaram a escrever e produzir músicas com críticas sociais relacionados a tópicos como autoestima, amor próprio, a demasiada censura das emissoras de TV, o tabu de suicídio, os problemas com a pedofilia nas indústrias de entretenimento e até mesmo músicas com aspectos feministas ou girl power, como elenca o site Midiorama. Movimentos feministas e de igualdade de gênero e LGBTI também estão sendo reportados e noticiados, o que é um grande avanço para um país tão conservador sobre temas desse tipo, como bem lembra o site UOL. 

Em suma, sabe-se que a cultura hallyu dispõe de uma enorme fonte estratégica para a política interna e externa da Coréia do Sul, lançando o Estado e seus produtos e serviços no mercado mundial. Obviamente, não se pode dispensar sua importância, porém discussões acerca de seu papel na propagação de estereótipos e da desigualdade de gênero no país, onde os K-dramas e o K-pop são seus maiores difusores, contemplando uma grande parte da população e sustentando atitudes que impedem o caminho e a luta contra essa disparidade. Ademais, a solução não está no seu desmantelamento, mas na sua revolução, algo que está sendo lentamente trabalhado através dos próprios artistas e população.

A MANUTENÇÃO DAS CONCEPÇÕES DE ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO NO OCIDENTE: A CULTURA HALLYU AJUDA NESSA DISSEMINAÇÃO?

Como discutido no tópico anterior, a cultura hallyu auxilia na nacionalização e internacionalização de estereótipos de gênero, o que acaba dificultando a luta pela igualdade de gênero. Diante disso, não somente os sul-coreanos são prejudicados, mas sua imagem no exterior também começa a ser motivo de objetificação, principalmente por meio das mídias; o Ocidente, então, começa a tecer uma ideia de como esses povos são e agem, o que muitas vezes não é real. 

Pode-se observar esses rótulos através de filmes e séries, como o filme Breakfast at Tiffany's, onde o personagem Mr. Yunioshi, tentando representar um chinês (apesar de ser interpretado por um ator americano), reproduz uma caricatura racista e clichê, comuns de Hollywood. Cria-se então um retrato de todo o povo asiático, ridicularizando-o, onde os chineses não conseguem falar a letra “r”, os japoneses são automaticamente inteligentes e mestres em artes marciais e os sul-coreanos não são nem lembrados, pois para muitos todos os asiáticos são “iguais”. Enfim, inúmeros exemplos de como esses papéis são distribuídos. 

Em relação às mulheres, suas representações são ainda mais problemáticas, pois envolvem o mesmo modelo dos conceitos de K-pop: sexy ou cute. A fetichização do corpo feminino se dá em todas as áreas midiáticas e parece que as mulheres asiáticas são as preferidas para essa sexualização extrema e ilusória. De acordo com Millan (2020, local. 09):

Para além desse exemplo, a mulher asiática foi inserida no clichê errôneo de submissa ao marido e, principalmente, ao homem branco. A prática, conhecida como China Doll, apresenta a mulher em posição servil, dócil e vítima de alguma situação na qual ela precisa de ajuda de um homem para se salvar. Assim, a mulher asiática passa por um processo violento de fetichização e exotificação do corpo, no qual ela perde o gênero em detrimento à nacionalidade. É um processo no qual a identidade é retirada, contribuindo para uma cultura misógina com violência contra a mulher, contra o corpo e a dignidade.

Isso é notado na própria cultura asiática, onde em animes japoneses existe essa fetichização onde a mulher/menina é fraca e doce, mas ao mesmo tempo é sexy. Isso também desperta a fantasia de que, apesar de sua fofura, as mulheres asiáticas na verdade querem sexo e estão disponíveis a qualquer momento para isso. Infelizmente, a exportação da cultura hallyu não mudou muito essa forma de pensamento ocidental, pois como já discutido, os grupos femininos ainda reproduzem essa ideia.

Outro ponto controverso é a feminilização e infantilização dessas mulheres, levando para discussões de um fenômeno muito conhecido como Efeito Lolita (Carmona, 2017), onde mulheres acabam sendo transformadas em adolescentes menores de idade para o prazer masculino. Isso se dá através da indução de comportamentos considerados infantis, além de formas de se vestir mais inocentes, dando um ar virginal e puro para essas mulheres. 

O K-pop mostra muito dessas ações através dos clipes musicais, onde muitas delas, beirando aos 30 anos, ainda são forçadas a agir como adolescentes que nunca ouviram falar de sexo ou sexualidade, pois é assim que a sociedade prefere que as mulheres sejam, completamente ignorantes de assuntos que são socialmente aceitos como masculinos. Tanto que muitas dessas garotas, ao assinarem contratos com as empresas, são proibidas de namorar ou formar relações, pois se descoberto pelo público, sua imagem de inocente e pura seria desfeita, trazendo prejuízo para o grupo (Lee; Sang-Hun, 2018).

A cultura hallyu não faz muito para descartar esses estereótipos, pois é exatamente esse tipo de concepção que traz lucro para a indústria. Essa visão que o ocidental tem da cultura e povo asiático é preocupante, porque ao acreditar que essas pessoas são exatamente como eles veem na mídia, agem de modo desrespeitoso perante a estas, às vezes sem perceber, às vezes de forma deliberada, causando dor e desconforto. Os estereótipos propagados pelas mídias são alterações da verdade e impedem o avanço da luta das mulheres para um mundo mais justo e igualitário em diferentes setores, principalmente no mercado de trabalho, pois mantêm papéis sociais construídos há séculos para oprimir e debilitar a mulher.

Souza (2014, p. 4) diz que “Ao refletir sobre a forma como o “gênero” é construído a partir de discursos e práticas econômicos, políticos, sociais e institucionais, essas abordagens provocam questionamentos sobre verdades naturalizadas, sobretudo em termos de gênero, e sobre quem as proclama”. Só o fato de existirem estudos e pesquisas nesse assunto mostra um interesse coletivo em desmascarar essas atitudes racistas, machistas e sexistas, e ao trazer para o debate das Relações Internacionais, temos brechas para novas teorias que questionam os modelos tradicionais de se ver o mundo e o Estado. Grandes teóricos feministas e construtivistas já abordaram esse tema e continuam a abordá-lo, guiando novas pautas que merecem atenção.

O problema, então, não é somente a cultura hallyu, mas sim todas essas instituições, estatais e não-estatais, que propagam e conservam essas estruturas, fazendo com que elas sejam conhecidas no mundo todo, alimentando preconceitos. Temos um longo caminho pela frente para desconstruir todo esse plano complexo de repressão e opressão para com as mulheres, mas esse não é impossível e já está ocorrendo, através da luta de diversos grupos e pessoas. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo analisar e levantar discussões acerca da inserção da cultura hallyu no exterior, como esta auxilia na manutenção de estereótipos e papéis de gênero dentro da Coréia do Sul e como esses rótulos prejudicam a imagem da população asiática no Ocidente, ao criar ideais e fantasias sobre o que é verdade ou não. 

O rápido desenvolvimento econômico da Coréia do Sul forçou o país a encontrar modos de se lançar no mercado internacional. Por conta disso, a cultura hallyu, através primeiramente dos K-dramas e depois mais notavelmente pelo K-pop, virou um produto de alto lucro, sendo um atrativo para os estrangeiros. Sua inserção no mercado foi de forma gradual, até atingir seu auge nos últimos cinco anos, quando seus esforços finalmente colheram frutos mediante a parcerias que garantiram ao país sul-coreano uma presença quase que onipotente mundialmente.

Entretanto, com o crescimento e popularidade das mercadorias coreanas, os problemas sociais, principalmente o de gênero, começaram a ser questionados e trazidos à tona. A cultura hallyu reforça papéis de gênero na sociedade sul-coreana, por meio da mídia e das indústrias de entretenimento, que preferem manter o status quo ao invés de desconstruí-lo. Críticas a aparência e personalidade das mulheres são comuns, onde uma imagem de mulher perfeita é criada e espalhada por grupos de K-pop e seus artistas e deve ser seguida por todos, causando grandes problemas na autoestima dos fãs e consumidores desses produtos; os estereótipos são acentuados e internalizados. 

Além disso, a internacionalização da cultura hallyu não faz muito para impedir o preconceito e o racismo recorrente das indústrias cinematográficas de Hollywood, onde por anos os asiáticos são vítimas de figuras que os descrevem erroneamente. As mulheres, novamente, são um dos grupos que mais sofrem com esses rótulos, pois sua imagem acaba sendo mitificada e fetichizada, iludindo uma grande parcela do Ocidente a acreditar que o que eles assistem é verdade, induzindo-os a agir de modo impróprio fora das telas. 

É perceptível que existe um esforço dos próprios idols e artistas de K-dramas e K-pop para desconstruir esses papéis, tal como da própria população. Para um país tão conservador como a Coréia do Sul, mesmo pequenos atos são uma grande vitória contra essa sociedade patriarcal e machista; movimentos feministas e LGBTI são essenciais para despontar o assunto. Não se pode colocar a culpa na cultura hallyu ou na sociedade sul-coreana como um todo, mas sim em suas instituições e sistemas que mantém esses problemas para impedir uma quebra do paradigma. Talvez a cultura hallyu seja exatamente o que os coreanos necessitam para começar uma mudança em sua estrutura; isso, somente o tempo dirá.

Concluindo, tem se a esperança de que os assuntos abordados neste artigo tenham sido de valia e possam contribuir para novas pesquisas e questionamentos sobre problemas de gênero, não só na Ásia, mas também em outras partes do globo, abrindo espaços para maiores discussões do tema na Sociologia e nas Relações Internacionais. 


Notas

¹ Graduanda em Relações Internacionais pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali. Integrante da Comissão Administrativa do Núcleo Estudantil Feminista de Relações Internacionais - NEFRI. E-mail: isabellegodoy21@gmail.com.


² Professor orientador. Doutor em História e professor do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Programa de Pós-Graduação em Educação e dos cursos de Relações Internacionais e História, da Universidade do Vale do Itajaí - Univali. E-mail: paulo_rmo@univali.br.


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