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Mulheres frente à Agenda 2030: protagonismo feminino em prol do cumprimento das ODS

por Marina Pantoja


Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram criados como melhorias necessárias para a prosperidade do planeta, considerando os impactos das mudanças mundiais nos últimos tempos, abarcando grandes temas como a fome, a sustentabilidade, o consumo responsável, entre outros. Para que seu cumprimento seja concluído é necessária a ação conjunta da sociedade civil, dos Estados e do setor privado. A busca pelo alcance do ODS 5 — Igualdade de gênero— pode ajudar no cumprimento dos demais por meio da participação das mulheres nos espaços de solução dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

Diversas iniciativas partindo da própria ONU incentivam o empoderamento das mulheres de diferentes formas. Um desses projetos, voltado especificamente para o empoderamento econômico, é o Movimento Elas Lideram 2030, que ajuda a promover o ODS 5 por meio da liderança feminina. O evento que apresentou esse projeto foi em 13 de maio de 2022, onde mais de 200 participantes, online e presencialmente, integraram uma sequência de workshops sobre o empoderamento feminino no setor privado. O objetivo final desse movimento é que até 2030 mais de 11 mil mulheres alcancem cargos de alta liderança.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) promove o Projeto Brasil e África - Igualdade de gênero: inovações e potencialidades na Cooperação Sul-Sul Trilateral. Esse projeto abarca os ODS 1, 5 e 17 por meio do enfrentamento à violência de gênero, empoderamento econômico das mulheres, sistematização de indicadores sociais e promoção de diálogos horizontais entre os diferentes atores envolvidos. O projeto em questão entende que o Brasil e Moçambique partem do mesmo ponto de largada: ter que lidar com a violência contra a mulher das mais diversas formas, e por isso estão em sintonia quanto à Agenda 2030.

No campo da gestão de empresas e seu papel para cumprir os ODS, a presença feminina se torna essencial em todos os níveis de cargos para que haja uma maior diversidade nas lideranças. A responsabilidade social empresarial (RSE) torna o campo corporativo também um agente de mudança e transformação, o que significa que, para que a RSE seja implementada, é preciso haver interesse dos mais altos cargos para que isso venha a acontecer. Diversas pesquisas como a Corporate Social Responsibility in the European Banking Sector: Commitment to the 2030 Agenda and Its Relationship with Gender Diversity, de Clara Gallego-Sosa et al, citada no artigo Women leaders and female same-sex groups: The same 2030 Agenda objectives along different roads, de Beatriz Aibar-Guzmán et al, defendem a ideia de que uma gestão mais diversa resulta em uma maior aplicabilidade da RSE. Novamente, confirma-se a ideia de que ao buscar uma solução para o ODS 5, há benefício também para os outros ODS, e consequentemente aproxima-se do alcance dos objetivos da Agenda 2030.

Os avanços que as mulheres adquiriram ao longo dos anos ainda são frágeis. Na pandemia da Covid-19, apesar de estarem na linha de frente do combate ao coronavírus, as mulheres foram as que mais tiveram que largar o emprego devido às obrigações familiares e as que mais foram demitidas. Por isso, a liderança das mulheres em prol do cumprimento dos ODS se torna essencial. Para que se certifique que as mulheres se beneficiem do que os ODS têm a oferecer, é necessário que elas estejam à frente das ações voltadas para a Agenda 2030, de forma que seja garantido que o que os benefícios do que foi feito as alcancem.

No VII Relatório Luz Da Sociedade Civil Da Agenda 2030 De Desenvolvimento Sustentável Brasil, é mostrada a luta das mulheres para que não terem seus direitos retrocedidos. Por meio da participação feminina no parlamento, diversas leis são voltadas ao público feminino, de forma a avançar ainda mais na bagagem de direitos às mulheres. A Política Nacional de Atenção Integral de Saúde da Mulher e a alteração na Lei Maria da Penha mostram a urgência das mulheres quanto às situações de violência doméstica e familiar. No último ano, o número de mulheres que declararam ter sofrido algum tipo de violência aumentou 4,5% em relação ao ano anterior, 2022. Por isso, apesar dos diversos avanços feitos pela mulheres no últimos ano, ainda é instável a situação de mulheres não apenas no Brasil, mas em todas as partes do mundo.


Referências


ÁLVAREZ, Pilar. Pandemia ameaça apagar uma geração de frágeis avanços das mulheres na luta por direitos no mundo. El país, 07 de mar. 2021. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2023.


GARCÍA-SÁNCHEZ, I.-M. et al. Women leaders and female same-sex groups: The same 2030 Agenda objectives along different roads. Journal of Business Research, v. 157, p. 113582, mar. 2023.


JÁCOME, Márcia Larangeira. Projeto Brasil e África: lutar contra a pobreza e empoderar as mulheres via Cooperação Sul-Sul. UNFPA Brasil, 22 de ago. 2017. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/cooperacao-igualdade-genero.pdf. Acesso: 29 out. 2023.


MOVIMENTO Elas Lideram 2030 promove igualdade de gênero a partir de contextos de liderança. ONU mulheres, 2022. Disponível em: . Acesso em: 28 out. 2023.


RESPONSABILIDADE Social Empresarial: o que é e 5 dicas para fidelizar talentos. Great Place To Work, 2021. Disponível em: https://gptw.com.br/conteudo/artigos/responsabilidade-social-empresarial/#:~:text=Considera %2Dse%20responsabilidade%20social%20empresarial,obter%20lucros%20ou%20gerar%20 empregos. Acesso em: 29 out. 2023.

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