por Mahryan Sampaio Rodrigues
A discussão sobre a participação feminina no Sistema Financeiro Internacional pode ser considerada através de diferentes prismas. Podemos citar a questão da equidade de gênero nos cargos de liderança das grandes instituições financeiras internacionais o que automaticamente nos leva a pensar em representatividade. E também citar a questão econômica onde é possibilitado a mulher o acesso a gerência e autonomia sobre suas próprias finanças. No quesito representatividade, vamos mencionar aqui o Fundo Monetário Internacional (FMI), uma agência especializada das Nações Unidas concebida em Julho de 1944. Sua missão é realizada de três maneiras: - Monitoramento do Sistema Monetário Internacional; - Empréstimos aos países membros; - Capacitação. Através dessas atribuições é possível ter ideia da relevância da agência no Sistema Internacional, mas o foco da nossa exposição gira em torno de quem o preside atualmente. Kristalina Giorgieva, nascida em Sofia na Bulgária em 1953, assumiu o comando do FMI em substituição a Christine Lagarde que renunciou o cargo para liderar o Banco Central Europeu. A representatividade dada através da ocupação desse local de poder, em um polo tão influente como o monetário é de extrema importância para que nós, mulheres, possamos nos ver e sentir representadas em todas as frentes existentes na sociedade atual a nível doméstico e internacional. Antes mesmo de assumir a presidência do FMI, Kristalina Giorgieva que presidia o Banco Mundial publicou em seu Twitter: “Meus avós tiveram muito pouca educação. Meus pais terminaram o ensino médio. Eu fui a primeira na minha grande família a ter um doutorado. De um vilarejo na Bulgária a CEO do Banco Mundial. Isso que é possibilidade!” Ocupar estes espaços é trazer às mulheres a esperança de todas as possibilidades que existem. No que diz respeito a participação das mulheres no sistema financeiro como usuárias, provedoras e reguladoras de serviços financeiros um estudo do próprio FMI de 2018 constata que a maior participação das mulheres geraria benefícios muito além do combate à desigualdade de gênero. Reduzir a disparidade de gênero fomentaria a estabilidade do sistema bancário e estimularia o crescimento econômico. Contribuiria também para tornar mais eficazes as políticas monetária e fiscal. Este mesmo estudo indica uma relação entre maior estabilidade bancária e presença de mulheres nos conselhos de regulamentações de bancos. De forma a apresentar quatro possíveis razões: - É possível que as mulheres administrem o risco melhor do que os homens - Práticas de recrutamento e seleção discriminatórias podem significar que as poucas mulheres que chegam ao topo são mais qualificadas ou mais experientes do que seus homólogos masculinos - Mais mulheres nos conselhos contribuem para a diversidade de pensamento, o que leva a decisões melhores - As instituições que tendem a atrair mulheres e selecioná-las para cargos de alto escalão talvez sejam mais bem administradas, para começar. O Nefri é a favor da inclusão financeira das mulheres para aumentar o crescimento econômico e promover a estabilidade financeira, bem como é a favor da facilitação do acesso das mulheres a cargos de liderança nos bancos e órgãos de supervisão a fim de reduzir a disparidade de gênero encontrada no Sistema Financeiro como um todo. Referências:
https://www.imf.org/pt/News/Articles/2018/09/19/blog-women-in-finance https://nacoesunidas.org/agencia/fmi/
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